O Caminho da Fé, o aprendizado como gestor
O Caminho da Fé, que acabo de percorrer pela segunda vez na vida, foi novamente, um grande momento de reflexão e aprendizagem, me trazendo novos significados perante o início do nosso segundo trimestre na VARITUS. Quero compartilhá-los com você, nosso leitor.
Durante o caminho, que percorri de 25 a 29 de março, na maioria do tempo estamos sozinhos, apesar de termos cinco ciclistas no grupo (Itacir Moscardi, Rodrigo Pires, Matheus Vidotto, Luiz Silvério e eu) e um carro de apoio (com o Sr. Ivan, chamado carinhosamente de “Kambeck”).
Ainda assim, em quase todo o tempo estamos sozinhos no caminho, pedalando, rezando, refletindo do porquê de estarmos ali naquele momento, sobre por que, não escolher um outro caminho ou uma outra jornada a seguir? Por que escolher estes riscos e não um momento seguro? Por que enfrentar lugares inóspitos, inabitados para passar? Por que não escolher algo mais fácil?
Rememorando agora o Caminho da Fé, percebo que temos montanhas que parecem ser intransponíveis. Durante o trajeto, quando erguia a cabeça, não sabia ao certo quando terminariam aquelas subidas íngremes.
Muita incerteza também nas descidas, nas quais soltar os freios pode ser fatal, e nessas descidas, chegamos lá embaixo com os braços doloridos e dormentes de tanto segurar e frear a bicicleta. Que por sua vez, se estiver mal regulada ou não preparada pode trazer uma fatalidade para o ciclista.
Quando sozinhos durante o caminho, nos sentimos perdidos. Somente uma seta amarela a cada um quilômetro garante que estamos no percurso certo, ou por olhar o ciclista da frente quando existe um. Olhar o ciclista da frente, aliás, pode ser fatal para a jornada se ele errou o caminho. O melhor mesmo é você olhar as indicações que levam ao alvo.
Isso me faz lembrar os KPI’s (Key Perfomance Indicators) da empresa. Somente por eles sabemos realmente se estamos no caminho certo e se vamos chegar ao lugar desejado.
Voltando ao Caminho da Fé. Durante a noite a visão se torna mais difícil, animais peçonhentos são encontrados e passamos muito perto deles. Desta vez nosso companheiro Rodrigo até encostou em uma cobra, que depois cuidadosamente removemos do local onde outros poderiam parar para descansar e sofrer um acidente.
Na empresa é muito parecido, passamos por momentos perigosos, nos quais não sabemos se foi sorte ou uma ação Divina que nos protegeu. Não sabemos a razão das coisas serem de determinada forma. Temos um planejamento, uma direção a seguir, um alvo almejado, mas não sabemos o que encontraremos pelo caminho.
De uma coisa eu tenho certeza: ter pessoas boas na sua equipe faz toda a diferença. Reconheço que um ciclista mais experiente foi nos conduzindo, com toda calma do mundo para não interferir no momento. Mas sim, indicando o que fazer, por que não subir pelo lado mais curto das curvas, por que economizar energia nos trechos planos e nas descidas. Coisas que não observamos, mas fazem toda a diferença.
Desta vez, tive uma performance muito melhor que a primeira. Lembrei dos vários cursos que fiz, o que nos mostra que a experiência nos traz mais competência.
Subi por trechos que antes acharia intransponíveis, e isso me faz acreditar que posso melhorar a cada vez que desafio os meus próprios limites, desde que me prepare para isso.
Pode acontecer algo terrível pelo caminho? Sim, pode! Uma tempestade, um animal peçonhento, um problema com a bicicleta, etc. O que muda naquilo que vivemos no mundo corporativo? Nada! É assim a vida do empreendedor! Enfrentando montanhas intransponíveis, descidas alucinantes, perigos não imaginados no início do negócio, etc.
Conclusão: o Caminho da Fé ensina! O mesmo ensinamento que o empreendedor precisa a cada dia! Senão, vejamos:
Aprendi que posso ser melhor a cada novo dia, se me preparar para isso!
Aprendi que os mais experientes podem ajudar os novatos a fazer o seu melhor caminho. Apesar de saber dos desafios, pode ajudar sem assustá-los, mas os incentivando.
Aprendi que num grupo em que há novatos, estes retardam o caminho dos mais experientes, tornando a jornada mais cansativa e menos produtiva. Porém em grupo existe maior possibilidade de chegar ao objetivo do que sozinho.
As bicicletas quebram, quedas acontecem, etc. Estes acontecimentos me fazem lembrar de um provérbio africano: “Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo”. Ninguém constrói uma grande empresa sozinho.
Aprendi que cada seta amarela, a cada um quilômetro para chegar até a cidade de Aparecida do Norte, é um KPI importante. Alguns informam o quanto de quilometragem falta percorrer, marco importante.
Numa empresa, para ter certeza do caminho e de como vencê-lo, não podemos deixar nossa equipe sem os marcos importantes, sem as referências necessárias.
Aprendi que grandes desafios nos fortalecem. Hoje sou melhor do que ontem, porque desejei ser melhor. E podemos mostrar isso aos nossos pares na empresa, o que nos leva a construir uma equipe lutadora e vencedora.
Aprendi que ter fé não é crer em algo que não posso ver ou perceber, mas que ter fé, é estar confiante de que vou concluir minha meta, de que vou chegar onde planejei, de que a colheita virá. Apesar do tempo, apesar das pragas, apesar dos infortúnios, pois me preparei para enfrentá-los.
Concluo a partir desta nova jornada, que a fé está relacionada com a lealdade e com a confiança! Se você estiver com um grupo certo (colaboradores), que esteja disposto a transpor as montanhas e os vales contigo, pode acreditar, você vai chegar! Tenha fé! Chegar é um momento mágico.
Desejo que você também tenha esta vivência.
Adão Lopes – CEO e Fundador da VARITUS
12 de abril de 2022
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Publicado em: 12/04/2022
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