2020 está chegando ao fim, e não há dúvidas de que avistar a praia desse oceano revolto, na minha opinião o mais desafiador que já enfrentamos na história recente do Brasil e do mundo, traz uma sensação de alívio e surpresa: conseguimos atravessá-lo e mais do que isso, chegamos à terra firme melhores do que quando nos lançamos à travessia.

Quem me conhece sabe que eu sempre preguei resiliência, adaptabilidade, flexibilidade e proatividade diante dos desafios. Entretanto, todos esses belos conceitos foram colocados à prova e a prática de cada um deles teve que ser levada ao extremo, sob uma condição inteiramente nova: tivemos que fazer tudo sob grande incerteza e insegurança quanto à nossa própria saúde e vida, por conta de um vírus desconhecido e perigoso.
Talvez por isso, inclusive, é que muitos de nós tenhamos encontrado, à nossa volta e dentro de nós, recursos e forças que nem mesmo sabíamos existir, ou se sabíamos, não conhecíamos totalmente suas intensidades, para enfrentar esse 2020 caótico e assustador. E, nesse processo de acessar capacidades que não percebíamos antes, nos tornamos, sim, versões mais completas de nós mesmos. Assim como, no caso dos gestores, como eu, acabamos também tornando nossas organizações até melhores do que antes da pandemia.
No caso da VARITUS BRASIL, após aquele susto inicial e mesmo alguns dias de perplexidade, colocamos em marcha um esforço múltiplo para adaptar nossa operação com funcionários em home-office, revisamos contratos, racionalizamos custos e processos e não demitimos ninguém. Pelo contrário. Reforçamos nosso time com talentos em posições estratégicas e avançamos com a conquista de mais e grandes clientes, o que neutralizou e reverteu perdas iniciais.
Teve gente e empresas que sucumbiram? Lógico, infelizmente. E devemos não só lamentar profundamente a quebradeira, a perda de emprego e renda de inúmeras famílias, mas também precisamos refletir com muita honestidade sobre cada fator da pandemia que levou a esses prejuízos, para minimizá-los, revertê-los e recuperarmos nossa economia.
Nesse ponto, é impossível não citar o ânimo geral em relação às vacinas que
estão começando a ser disponibilizadas à população, também o resultados médicos com tratamento precoce antes da internação, fruto de um avanço notável da Ciência e da dedicação dos médicos do primeiro atendimento, que trabalharam num ritmo e num esquema globalmente
colaborativo para não só chegar aos imunizantes, mas, também, para entender
melhor a doença e aprimorar as formas de acolher e tratar os sintomas dos
pacientes, dentro das limitações impostas pela realidade.
O que quero dizer é que no fim das contas, 2020 termina com a sensação de que só podemos ser melhores do que pensávamos, porque, caso não fôssemos, não teríamos chegado até aqui, não só vivos, mas, evoluídos.
E que 2021 seja o ano de acreditarmos ainda mais em nós, para darmos o nosso melhor a nós mesmos, nossas famílias, colaboradores, clientes e ao nosso país. Somos capazes disso e de muito mais!
21 de dezembro de 2020
Adão Lopes*
*CEO e fundador da VARITUS BRASIL